domingo, 21 de março de 2010

GD 27 CONVERSANDO COM OS MAGOS



Existem momentos em que a música te proporciona viagens fantasmagóricas. Como se você despencasse de um brinquedo sem freios pelo infinito, e sem os cintos de segurança muito menos o alento de um peito materno.
Mas ao mesmo tempo nesses momentos algo de divino invade teu lado esquerdo do peito. E essa sensação de estar vivo é aquela que te faz ter certeza de que as coisas desse mundo valem muito a pena. Isso se transmuta dentro de gestos de carinho, compaixão, gentileza e no caso dessa banda em forma de notas musicais. Do mesmo jeito que o movimento ocorrido em 2000 em Nova York, as bandas de Los Angeles estão movimentando ondas de calor vulcânico em octacuba octanagem. Seja pela proliferação ou pela qualidade do som por elas apresentadas, isso na verdade é um fator menor. O que importa é que essas bandas são capazes de te mostrar coisas que provavelmente não deixaram seu cérebro impassível. E sim fora do lugar.........

O Blue Jungle é um desses exemplos mais claros. A mistura de latinidade e pós punk dos anos 80, faz com que nada no som dessa banda seja de fácil digestão, mas nem por isso precário em qualidade. Com notas dissonantes adicionadas à uma tremenda vontade de descobrir coisas novas e amalgamar sons com arte latina, eles fazem parte da ponta desse iceberg infernal que está surgindo pela parte americana mais conhecida pelas belas praias e bronzeados. Aqui no GD você já leu sobre eles, agora descobre através da vocalista LATELY BLU BLU o que se passa na cabeça desses seres iluminados que além da banda ainda tem uma galeria de arte ( L'KEG) onde todas sa armações ilimitadas sonoras são composta. Incluindo aí uma versão para Heroin do Velvet Underground.........

A conversa do GD com eles foi assim........

Os integrantes da banda nasceram em países diferentes de América Central. Como esta diversidade reflete em sua música?

Acho nossa diversidade um fator benéfico, todos ouvimos sons diferentes, portanto permitindo que incorporássemos nossas influências, seja das inspirações musicais daquilo que nossos pais ouviam ou das músicas do passado que nós adoramos. Nos abraçamos nossas diferenças e aprendemos delas.

O som do Blue Jungle lembra muitas das bandas do pós punk dos 80's e o começo do 90's, mas com muita originalidade. Por que a decisão escolher este tipo de "som universal", antes de usar, por exemplo, a música do próprio país? Porque na América do Sul e na América Central nós temos muitas bandas que usam sons do próprio país misturado com rock.

Nós nunca queremos especificamente soar como algo nem criar algo para um gosto musical. Tudo que nós tocamos é genuinamente um som de um sentimento que nós experimentamos. Eu pessoalmente amo cantar em espanhol. Minhas memórias mais tenras da infância são de cantar em espanhol, amo muito Rachera, artista feminina, que sempre cantou de uma perspectiva masculina, mas suponho que nós cantamos em inglês porque nos comunicamos em inglês e as fofocas fazemos em espanhol. Hahaha!!!!

Vocês têm um projeto com a galeria de arte L'KE. Como a idéia de um espaço para todas as formas de arte foi concebida? Como as diferentes formas de arte da galeria se encaixam com o som da banda? Vocês poderiam falar algo mais sobre a exposição de Rosa de Mexicalli que começa em fevereiro?

O projeto da galeria L’KE foi concebido porque nós como banda queríamos um playground que não nossas casas e queríamos convidar todos para freqüentarem o espaço e principalmente expressar-se artisticamente.
Sinceramente, fui cansando de limpar minha casa depois de cada encontro e as vezes queria somente me esconder no meu quarto. Então surgiu a idéia de abrirmos um lugar onde eu podia fazer o que eu fazia em casa, mas pudesse ir embora sempre que quisesse.
Eu normalmente gosto de montar coisas e me apaixono por isso, mas também amo executar, fazer e levar todas as possibilidades à exaustão.
Quanto ao Blue Jungle sendo usado no som da galeria, bem isso varia muito, temos bandas que aprovamos pra fazer sons por lá e outras vezes apenas dizemos foda-se vamos abrir nossos ouvidos para alguma coisa diferente. No entanto não é preciso soar como a gente ou ter o mesmo tipo de som. É simples, nós gostamos de você e pronto e gostamos de MUITO material . A exposição acontece deve ser realmente interessante; tomaremos um “pico” de artistas do Mexicali.




No site do Blue Jungle, há muitas informações sobre todas as gravações já feitas, faixas para downloads gratuitos, camisetas e todos os discos e as lojas onde as pessoas podem achar seus discos. Vocês vêem que isso como o futuro para as bandas, estarem mais envolvidos com todos os passos da indústria de música? Porque na Europa acontece um caça as bruxas real quando o assunto é downloads livres de música. Isso pode ser uma solução?

Não sei qual será a direção para onde a música vai, mas como o artista, às vezes você não tem controle sobre downloads.
E downloads são uma coisa louca e é igualmente viciante e nem sempre errado, mas outros podem discutir comigo e argumentar o contrário.
Eu como artista adoro fornecer aos fãs coisas livres, material inédito todas essas coisas. Porque quando eu gosto da música, não me apaixono apenas pelo som, mas também pelo artista. Pode soar terrível, mas se não posso encaixar a parte visual de tudo com o som eu não me interesso.
As soluções?
Bem, posso sugerir algumas mas deixarei isso aos cientistas do rock e feiticeiros.


Vocês realmente farão uma cover de Heroin do Velvet Underground? O que vocês normalmente escutam?

Sim, nós já temos a música pronta.
Escutamos uma quantidade enorme de gêneros diferentes. Eu constantemente procuro músicas novas e pergunto aos meus amigos sobre coisas novas.


Vocês têm planos de tocar na América do Sul?

Sim, nós queremos muito tocar na América do Sul em um futuro próximo, talvez logo que o novo álbum for lançado.












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